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domingo, 15 de julho de 2012

QUADRO




Alberto Afonso Landa Camargo

Pintei teus olhos para conhecer tua alma,
Deslizei o pincel nas curvas da saudade...

Desvendei teu corpo na tela e as cores
Da tua alma incendiaram minhas mãos...

Tremeram meus lábios e continuei mudo,
Engoli as palavras que teimaram em não sair...

E a tua alma era a minha mesma que esperava
O sopro da vida para caminharmos juntos...

Saímos... voltei os meus para ver os olhos frios
Que ficaram perdidos na tela esmaecida...

E seguimos juntos... teus olhos nos meus
Descobrindo os caminhos...

domingo, 8 de julho de 2012

IGREJA DA MATRIZ




Alberto Afonso Landa Camargo

Passa pela lembrança da infância
E nos meus sonhos de adolescente
A Igreja da Matriz que a insensatez
Um dia destruiu...

O culto de Deus e dos santos
Cedeu ao culto da modernidade
Sepultado nas ruínas das paredes
Que guardavam a história...

Sepultou-se um patrimônio
Sob o alicerce da vaidade
Perdeu-se no tempo o toque do sino
Na Hora do Angelus, memória inapagada
Das tardes mornas de outono
Que desce pelo rosto nas lágrimas
Que choro nesta angústia
Que é poeira misturada
Na imagem que é só saudade...