Alberto Afonso Landa Camargo
Longe...
as tintas da Bastilha,
Rubras
tintas – encarnadas –
Déspotas
lanças brandidas
E
espadas ensanguentadas...
Grades
cerradas desnudam
Das
promessas descumpridas...
Pontes
caem sobre o fosso,
Despoja-se
quem cuidava
Dos
muros enfraquecidos...
Hordas
derrubam umbrais,
Maceram
armas rendidas,
Cabeças
rolam... traídas...
Dardos
clamam liberdade –
A
palavra falaciosa –
Traem-na
em próprio ímpar nome:
Fraternidade
e igualdade...
Franqueia-se
a insensatez –
Escárnio
à palavra dada...
Flui...
verte o sangue nas lanças
Nas
torrentes da inocência...
Fecham-se
os olhos – caolhos –
Desfaz-se
a honra – se havida –
Rubra,
advém da regência
Do
poder de ser só força...
Agora
termina o ciclo.
Não
há mais cabeças nas lanças.
Tempo
infame seca o sangue.
O
templo do bem emerge,
Chega
a luz que fecha fossos,
Ponte
aberta, sem divisas...
Impõe-se
o sol, que é razão,
E
temperam-se as virtudes.
Tirania
em reverência,
Verdades
não são mais fé,
Mas
graus do conhecimento...
Homem
ao centro – o saber...
Perde-se
a superstição.
Cai
num abismo sem volta
O
sobrenatural rumo
Das
coroas e brasões,
Para
agora bradar: Luz!
Luz!
Brilho de um novo mundo!
Na
estrada, há bússola nela,
Humanidade
em comando...
Sem
fossos a separar,
Sem
levadiças, correntes
Que
prendiam a ciência
No
escuro das religiões...
Não!
Não mais o fim dos tempos!
Início
deles – saber!
Sem
esclarecidos déspotas,
Agora
postos nos seus
Brigues
sujos... carcomidos...
Canta
a luz! Humanidade!