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sábado, 20 de janeiro de 2018

TESTAMENTO


Alberto Afonso Landa Camargo


Não entreguei, não negociei a vida,

Retiram-na, sabe-se lá quem,

Aos poucos e irremediavelmente.

Liberdade? Que estranha liberdade

Se não decido sobre viver ou morrer?

Muito mais contingência que fatalidade,

Nasci morrendo - início da morte -

Despojado que fui de decidir sobre o destino final.

Decido, porém, deixar saudade,

Quem sabe amores que vivi,

Lembranças marcadas

Nos versos que fiz...