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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

AB IMO CORDE


Alberto Afonso Landa Camargo

Dorme com os anjos, minha criança,
Deixa que os sonhos penetrem a lua...
Vai... segue a noite nas tuas andanças
Vê o sereno sair da pedra nua...

Descobre pela noite uma esperança,
Sente o encantamento em que a imagem voa...
Sai dos sonhos enquanto a noite avança
Presente o amor que n’alma continua...

Oníricos teus que as noites povoaram
Entram nos meus que suaves começaram...
Fazem-se unos num céu em que te vejo.

Sonhos nossos que inalcansáveis eram...
Distantes... longos se despedaçavam...
Seguem... brumas suaves do meu desejo...

sábado, 20 de janeiro de 2018

TESTAMENTO


Alberto Afonso Landa Camargo


Não entreguei, não negociei a vida,

Retiram-na, sabe-se lá quem,

Aos poucos e irremediavelmente.

Liberdade? Que estranha liberdade

Se não decido sobre viver ou morrer?

Muito mais contingência que fatalidade,

Nasci morrendo - início da morte -

Despojado que fui de decidir sobre o destino final.

Decido, porém, deixar saudade,

Quem sabe amores que vivi,

Lembranças marcadas

Nos versos que fiz...