Alberto Afonso Landa Camargo
Campereando meu destino
Vaguei longe, mundo afora.
Fui no tempo de menino
Luzir e brilho de espora.
Acendi fogo de chão
Nas tremendas noites frias,
Aqueci meu chimarrão
Na cambona, nas coxilhas.
Enfrentando mil peleias
Campo afora, nas aguadas
Refletindo a lua cheia
Nas mais frias madrugadas...
Ouvi meus ais, meus anseios
De gozo de liberdade.
Nesses crus, grandes rodeios
Terminei a mocidade.
E vaguei, vaguei, vaguei
Pelos campos e canhadas,
Grilhões, correntes quebrei
Em rusgas encarniçadas.
Levei longe o meu grito,
Ampliei minha vontade,
Mas nem perto do infinito
Não achei a liberdade...
E vaguei, vaguei, vaguei...
Não achei a liberdade...