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terça-feira, 13 de julho de 2021

INSENSATEZ


 

Alberto Afonso Landa Camargo


Chamas ardentes queimam o meu coração,

Invadem-me arrepios e choros de agonia,

Lágrimas rolam do meu rosto em emoção,

Pungentes sulcos de dor tiram-me a alegria.

 

Sofro, enfim, torturas de uma separação,

Acolhem-me gritos de uma volta tardia,

Chibatas fortes tiram-me uma exclamação

De dor e de culpa por minha rebeldia.

 

Assim, em minha própria cruz crucificado,

Com passos incertos por incertos caminhos

Sigo com tua imagem de espinhos bordada.

 

Para que tu voltes em vão tento gritar,

Olho para os meus passos tristes e sozinhos

E desapareço para não mais voltar.

 

Ao mexer nalgumas folhas amareladas

que dormiam há muitos anos nas

gavetas do tempo, encontrei este soneto

que escrevi no longínquo ano de 1966.

Depois de uma separação ocorrida

há 55 anos, na minha adolescência...

Hoje, só lembranças...