Alberto Afonso Landa Camargo
Chamas ardentes queimam o meu coração,
Invadem-me arrepios e choros de agonia,
Lágrimas rolam do meu rosto em emoção,
Pungentes sulcos de dor tiram-me a
alegria.
Sofro, enfim, torturas de uma
separação,
Acolhem-me gritos de uma volta tardia,
Chibatas fortes tiram-me uma exclamação
De dor e de culpa por minha rebeldia.
Assim, em minha própria cruz crucificado,
Com passos incertos por incertos
caminhos
Sigo com tua imagem de espinhos
bordada.
Para que tu voltes em vão tento gritar,
Olho para os meus passos tristes e
sozinhos
E desapareço para não mais voltar.
Ao mexer nalgumas folhas amareladas
que dormiam há muitos anos nas
gavetas do tempo, encontrei este soneto
que escrevi no longínquo ano de 1966.
Depois de uma separação ocorrida
há 55 anos, na minha adolescência...
Hoje, só lembranças...