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terça-feira, 22 de junho de 2010

ABSTRAÇÃO

 

Alberto Afonso Landa Camargo

Quando eu morrer não quero as pompas
Nem os choros, muito menos remorsos e saudades.
Só o velar de antigas namoradas
Que povoaram minha infância
Na pureza do menino
Que não sabia das dilacerações
Da alma...

Não importa o tempo inclemente ou a partida
Cedo, mas a espera, a ajuda no caminho,
Onde cada uma flutuará ao meu encontro
Entre as brumas do entardecer outonal
Com a pureza das meninas gentis que foram,
Abafando ais nos corações em suspiros
A cada serenata...

Quero ser o menino novamente
A segurar timidamente suas mãos
Enquanto o coração palpita como antes
Como se fosse sair pela boca ofegante
Sublimando-se na vida que se esvai
Para entregar-me eterno ao som
Da música que se solta
Aos ares...

E o canto será também inspiração
A continuar meus versos apaixonados
No silêncio etéreo a sublimar
Seu encanto
Que em cada saudade
Terá um pouco de mim...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

SÚPLICA


Alberto Afonso Landa Camargo

Conheço a tua alma
de tantas vezes que ávido devorei teu canto.
Tua imagem ainda é um vulto
que vaga nas brumas
do meu pensamento...
Que não se desfaçam
para que eu continue
na procura incessante
do teu rosto e só assim
eu o tenha inteiro, eterno,
na névoa dos meus sonhos...