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domingo, 1 de dezembro de 2013

NOSTALGIA

 
Alberto Afonso Landa Camargo
Ficou para trás a inocência...
A voz que dizia o nome todo
Sempre que se fechava nalgum desgosto inocente
Calou com o andar do tempo
Esquecidos os momentos de então...
Amareleceu a imagem que guardava
Num lugar qualquer ao alcance das mãos
E deu lugar à realidade presente,
Que se distancia das lembranças
Vivas só nos versos da saudade...
...E sentado no alpendre dos desígnios,
Olhando o horizonte longe e perdido,
Somem as imagens aos poucos
Levadas como poeira pelo vento...

domingo, 17 de novembro de 2013

INDELEBILIS

 
Alberto Afonso Landa Camargo 

Flores dobradas pelo vento, perfumes do passado
Que não se fez futuro e se perdeu nas andanças...
Quem sabe ainda escondam na praça da saudade
Um banco esquecido entre elas, testemunha
Solitária de um sonho que ficou no tempo,
Que é só lembrança... mãos dadas... carinho permitido...
Fotografia amarelecida de uma felicidade breve
Que se perdeu em tantas incompreensões...
Mãos que se soltaram com promessas de reencontro,
E insistem perdidas nas distâncias eternas
De um aceno que nunca se desfez...

domingo, 29 de setembro de 2013

CONTINGÊNCIA

 
 
Alberto Afonso Landa Camargo 
A morte dispensa o poeta, chega para ele e diz:
- Não me adianta levar teu corpo,
Ainda estarás vivo na tua poesia...
Vai... segue o teu caminho, vive a tua liberdade,
Diz do que sentes e está à tua volta
Mas também canta o que outros não veem,
Transcende, vai além do possível...
Anda pelas ruas de terra da tua saudade,
Passeia nas brumas, nas sombras
E também nas noites enluaradas
Por onde se encontram os espíritos inquietos...
Vai... segue o teu caminho...


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

PRA TI, GURIA...


Alberto Afonso Landa Camargo

O verde dos teus olhos é a natureza
E o teu olhar pulsa nas transformações dos dias
Como se o mundo esteja neles...
Giram ao redor e fazem pulsar a vida
Num coração que era perdido...
São eles que me chamam e me prendem
No suave passar de cada momento
Acorrentando-me como prisioneiro
No universo dos teus sonhos...

domingo, 21 de julho de 2013

DESPERTAR



Alberto Afonso Landa Camargo
Foram tantos sonhos, que o mundo foi esquecido
Disperso em tantos devaneios perdidos
Nos caminhos tortuosos e sem esperanças...
Desperto em meio do caminho,
Ainda perdido no tempo e sem rumo,
Descobre-se na vertente cristalina
À beira da estrada sem fim
A imagem que nunca quisera enxergar...
As marcas das pegadas em passos trêmulos
Ficam no tempo e aos poucos somem...
E ao som e sabor do vento que as dispersa
O caminho agora tem rumo...


domingo, 16 de junho de 2013

ETERNO

Alberto Afonso Landa Camargo

Quando pensavas que eu não voltaria
Eu estava ao teu lado, só tu não vias,
Era o teu pensamento, era a lágrima
Que acariciava o teu rosto, que enxugavas
Ou que se perdera consumida pelo tempo...
Eu era o que estava à tua volta
E habitava as tuas recordações,
Era a mão que apontava a direção
Dos teus olhos que pensavas perdidos
No espaço onde me procuravas...
Eu era a própria tristeza que morava
Nos teus olhos cada vez que os fechavas...
Enfim, era a lembrança que nunca te deixou...

domingo, 2 de junho de 2013

AMOR INCONTROVERSO



Alberto Afonso Landa Camargo
 
Nosso amor, incontroverso,
Fez-se bruma no passado
E ainda desperta a saudade...
 
Nosso amor, incontroverso,
Faz-se luz no presente,
Realidade inseparável...
 
Eterno...
Ainda será o nosso amor, incontroverso,
Nas noites dos tempos sem fim...
 
Finitos...
Nossos corpos irremediavelmente separados
Serão cinzas levadas pelo vento...


sábado, 25 de maio de 2013

CORES

 
Alberto Afonso Landa Camargo
Dias amargos, dias que se arrastam,
Precisos pincéis nas mãos do artista
Delineando a imagem na tela...
Dias claros, vazios, sem sentimentos,
Marcam a tela sem movimento,
Vida que não é vida - quem sabe termo –
Final da vontade triturada no tempo
Que não renasce das cinzas...
Pincéis precisos em imprecisas imagens,
Indefinição, cores dissolutas... perdidas...


quarta-feira, 15 de maio de 2013

VEM...


Alberto Afonso Landa Camargo 

Vem... dize-me das flores, cores vivas
Que enfeitam teus perfumados cabelos
De um negror que distrai minhas carícias
Para que eu possa nas mãos sempre tê-los... 

Vem... dize-me agora das tuas mãos lisas,
As perfumadas mãos dos meus apelos
Sensíveis que acalentam os meus vícios,
Sabores do ar que encantam meus desvelos... 

Conjunto de sonhos que não se perdem
Num ponto qualquer de um mar caudaloso,
Mas dormem tranquilos na praia calma 

Onde abraçadas dormem nossas almas
Como se uma fossem... e em som cauteloso
Em que amores renascidos sempre ardem...

domingo, 28 de abril de 2013

LÁGRIMA DO CAMINHO

 
Alberto Afonso landa camargo 
A lágrima derramada pelo sonho
Fez o caminho por onde passou a saudade...
 
OS SULCOS DEIXADOS na estrada
Mostraram o rumo até então perdido
A indicar o horizonte que descortinava
O fim da caminhada...
Depressa... à medida que A lágrima parou
Enrijeceu-se a trilha e os passos firmes
Seguiram o rumo que a mesma saudade
Encarregou-se de iluminar...
 
E quem se achava perdido no tempo
Finalmente Encontrou seu caminho...


sexta-feira, 19 de abril de 2013

A DOIS...



Alberto Afonso Landa Camargo


os cabelos teus soltos ao vento, brisa suave,

Espalham teu perfume que toma conta do ar,

Desperto dos meus sonhos perdidos no tempo

Para ver no espaço compartilhado

O sopro que nos dá vida neste trepidar de emoções

Que nos trazem juntos a sentir nossos passos,

Pegadas, marcas eternas que compartilhamos

A cada momento...

sexta-feira, 22 de março de 2013

ETERNA ESPERA

Alberto Afonso landa Camargo
Ontem, o velho relógio na parede
Marcava as horas da separação.
Fui fraco nos meus gestos
Mais ainda nas palavras que disse
E ela se perdeu ao longo dos trilhos
Enquanto fiquei na estação... 

Hoje, continuo impreciso nos meus gestos
E as palavras só ditam meus versos
Na esperança de que me ouça... 

E quando revejo o antigo relógio,
Só quem segue marcando as horas sombrias
Mantém meus olhos presos no horizonte
neste desejo incontido de que ela volte...
mas o pêndulo impiedoso no seu movimento,
triste movimento, Desfaz qualquer sonho
E Continua a me dizer que ela não vem...

domingo, 3 de março de 2013

MEUS VERSOS



Alberto Afonso Landa Camargo

Certo que partirei um dia,
Vou deixar meus sonhos
Em cada um dos versos
Que são minha poesia...

Serei eterno em cada um deles
Para desprezo ou deleite
De quem lê-los...

Quem sabe o brilho de uma estrela,
A opacidade de uma nuvem escura,
Estejam numa página amarelecida
De um álbum qualquer...

Quem sabe o sonho realizado
De alguém que os copiará
Para serem eternos em cada linha...

Ou, quem sabe, meus versos
Morrerão comigo...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

REFLEXO



ALBERTO AFONSO LANDA CAMARGO

REFLETIDO NO ESPELHO
O ROSTO ENRUGADO
FEZ-SE CRIANÇA,
VOLTOU NO TEMPO...

 CORREU NA RUA de terra,
BANHOU-SE NA SANGA,
BEBEU ÁGUA NA CACIMBA...
SENTINDO O DOCE DO TEMPO
brincou NO CAMPO verde DA SAUDADE...

O ROSTO feito criança
REFLETIDO NO ESPELHO
SENTIU AS MÃOS
QUE O TEMPO ENVELHECEU...

sábado, 12 de janeiro de 2013

PRECISO DE SOLIDÃO...


Alberto Afonso Landa Camargo

É nela que me encontro com meus versos
E sonho perdido num mundo que é só meu,
Onde posso dominar o destino...
Construir caminhos, refazer meus amores
Deixados no tempo...
Enfim... construir a vida que só existe
Quando cerro os olhos para voar
Pela imaginação...