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quarta-feira, 31 de março de 2010

O SILÊNCIO DOS VERSOS


Alberto Afonso Landa Camargo

Vou silenciar meus versos,
Varrê-los do planeta
Para não aumentar as frustrações...
A platéia está ali,
O auditório está lotado
Mas as mentes estão ao largo...
Os olhos não fitam o palco
E não mais que três pares de mãos
Batem palmas,
Quem sabe por pena
De quem pensava ser poeta.
Platéia e palco se confundem,
Não mais estarei nas luzes
E enquanto aplaudo os que estarão,
Silenciarei meus versos
Para enfim sepultá-los
Na minha intimidade,
Única leitora das próprias mágoas...
Vou seguir solitário
A dizer da minha alma...

sexta-feira, 12 de março de 2010

A SOMBRA


Alberto Afonso Landa Camargo

Da janela embaçada vejo a lua
Clareando a solidão deste momento,
Pelas noites desfila a imagem tua
Num ondear escuro e de passo lento.

Ajudam as folhas e ajuda o vento
Acalentando livre a sombra nua
Que se sobressai neste encantamento
Em que este quadro belo continua.

No vaivém que povoa a suave brisa,
Do sereno que sai da pedra lisa
Desnuda-se também a noite clara.

O alegre saltitar do gênio errante
Cobre a lua que se vai neste instante
E eu choro o adeus da sombra que ficara.

quinta-feira, 4 de março de 2010

INFINITO


Alberto Afonso Landa Camargo

Quando eu partir
Vou deixar-te todo o amor do mundo,
Um amor controverso
Talvez sem demonstrações vivas,
Mas um amor intenso que já tens
(Sempre tiveste)
E que vi em teus olhos
Quando conheci tua alma...