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terça-feira, 22 de junho de 2010

ABSTRAÇÃO

 

Alberto Afonso Landa Camargo

Quando eu morrer não quero as pompas
Nem os choros, muito menos remorsos e saudades.
Só o velar de antigas namoradas
Que povoaram minha infância
Na pureza do menino
Que não sabia das dilacerações
Da alma...

Não importa o tempo inclemente ou a partida
Cedo, mas a espera, a ajuda no caminho,
Onde cada uma flutuará ao meu encontro
Entre as brumas do entardecer outonal
Com a pureza das meninas gentis que foram,
Abafando ais nos corações em suspiros
A cada serenata...

Quero ser o menino novamente
A segurar timidamente suas mãos
Enquanto o coração palpita como antes
Como se fosse sair pela boca ofegante
Sublimando-se na vida que se esvai
Para entregar-me eterno ao som
Da música que se solta
Aos ares...

E o canto será também inspiração
A continuar meus versos apaixonados
No silêncio etéreo a sublimar
Seu encanto
Que em cada saudade
Terá um pouco de mim...

5 comentários:

  1. Belo sentir, bela poesia Alberto. Parabéns!! Boa semana, abraços ;)

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  2. Baile bonito com sensibilidade, na poesia amigo.
    Nesse encontro leve e solto dos quiméricos nossos. Muito bonito teu poema Alberto.
    Um abraço.

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  3. Seu poema fala de algo complexo e triste como a morte, mas de uma forma delicada, suave e esperançosa. Parabéns, seus poemas são muito interessante. Obrigada pela visita, espero recebê-lo muitas vezes. Um abraço!

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  4. Nestes momentos de abstração, a alma parece se desprender, e fazer a mais linda poesia!
    Lindo demais meu amigo
    Bea

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  5. Lindo, muito lindo, ainda existe alguém que sabe olhar fundo na alma, sentir o mesmo que sinto..
    Parabéns..É simplesmente maravilhoso..
    Beijos..

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