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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

VAGUEANDO



Alberto Afonso Landa Camargo

Campereando meu destino
Vaguei longe, mundo afora.
Fui no tempo de menino
Luzir e brilho de espora.
Acendi fogo de chão
Nas tremendas noites frias,
Aqueci meu chimarrão
Na cambona, nas coxilhas.

Enfrentando mil peleias
Campo afora, nas aguadas
Refletindo a lua cheia
Nas mais frias madrugadas...
Ouvi meus ais, meus anseios
De gozo de liberdade.
Nesses crus, grandes rodeios
Terminei a mocidade.

E vaguei, vaguei, vaguei
Pelos campos e canhadas,
Grilhões, correntes quebrei
Em rusgas encarniçadas.
Levei longe o meu grito,
Ampliei minha vontade,
Mas nem perto do infinito
Não achei a liberdade...

E vaguei, vaguei, vaguei...
Não achei a liberdade...

3 comentários:

  1. E nas asas da poesia, meu amigo, vamos todos a vagar, voando com precisão, pelos píncaros da paixão, buscando a tão expectada liberdade, que não se mostra nem dança, enquanto somos duais, metade de nós é espírito e a outra metade matéria e enquanto assim atreladas, pelo cordão prateado, na metafísica do plano, vagando continuaremos sem encontrar essa tal de liberdade. Saudade. Abraços

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  2. Apaixonei-me por seus escritos, principalmente por este que relata a nossa eterna caminhada sempre em busca de algo! Parabéns...Também adorei o seu perfil e, tens razão! Não há muito de belo a ser escrito...Abraços.

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  3. "vaguei, vaguei,
    não achei a liberdade"

    belos versos... aliás, somente nos versos encontramos a liberdade!

    abç

    Betha

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