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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

INDIFERENÇA




Alberto Afonso Landa Camargo

Nem lembro quantas vezes parti
e voltei,
pouco me importa por quantos caminhos
andei
nem as pedras no chão que aos trancos
pisei...

Nem quero saber dos dias passados,
sofridos,
dos meus ímpetos nem sempre
contidos,
dos males do coração
emergidos
muito menos dos sofrimentos
e castigos...

Quero hoje a paz da tarde outonal,
amena,
a visão das folhas secas caindo,
serenas...

Quero os amores todos para trás
deixados,
fluindo no piscar dos olhos
marejados,
contemplando a tarde que se esvai nos sonhos
passados...

Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog.
    Realmente, sua poesia é toda repassada de tristeza, o que não deixa de ter sentido diante de tantas mazelas, egoísmos e agruras que nos rodeiam como sombras implacáveis.
    Creio também que o amigo, com a mesma qualidade poética expressa em tristeza, tem o discernimento suficiente para sentir que a vida também é um instante alegre, que é o seu próprio significado, cujo valor não podemos desperdiçar.
    Cumpre-nos celebrá-la sem culpa, plenamente, como um dom, embora - e por isso mesmo - com todo o sentido transitório que ela traz em si.

    E sua criação poética, embora marcada pela tristeza, revela a alegria e o prazer de dar-lhe a forma estética que toca o coração de quem a lê.

    Boa sorte
    Do amigo e admirador
    atala

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