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sábado, 14 de novembro de 2009

A NOIVA MORTA




Alberto Afonso Landa Camargo


Como se a morte lhe realçasse a beleza
Parecia dormir em sua palidez.
Deitada estava em branco a noiva do infortúnio
E em seu sonho eterno a Virgem se consumia.


Quem visse o corpo inerte na sua Pureza
Teria em toda aquela branca placidez
Não mais que da suprema Morte o eterno eflúvio
De quem na vida para o Amor viveu um dia.


Era o retrato da alma Pura adormecida
No leito, pálida, a irradiar na tarde amena
Raios do poente a esperar a lua amiga.


Era o branco véu cobrindo a face serena
Onde, na transparência, em muda despedida
A boca inerte em beijo mudo adeus acena.

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